segunda-feira, 28 de maio de 2012

# 227 - 26/05/2012

 
O programa de rock vai ao ar logo após o Lado C, que é produzido e apresentado por Marcelo Larrosa, ex-baixista do Hojerizah. Neste final de semana meu amigo Chorão 3, ex-vocalista da Gangrena Gasosa, esteve me visitando e foi comigo à radio, o que acabou gerando o encontro inusitado entre membros dessas duas bandas lendárias do rock carioca registrado na foto ao lado.

Aproveitei a presença de Chorão e entreguei a segunda parte do programa aos seus cuidados. Ele fez a seleção lá, na hora, escolhendo as músicas de seu HD externo. Tivemos preguiça de anotar o que ele tocou, portanto relacionei na tradicional lista que faço, abaixo, apenas o que me lembro de cabeça.

Já na parte que me coube comecei com The Damned, clássica formação punk rock safra 77 que somente muito recentemente tocou pela primeira vez no Brasil, apenas em São Paulo e num dia de semana! Continuei com The Clash (A Aperipê FM segue sendo a rádio que mais toca The Clash em Sergipe, graças ao programa de rock) e Ramones, que fez minha amiga Desirée Proudhon continuar acreditando em milagres.

No segundo bloco, metal brasileiro: Autopse, banda alagoana que tem duas garotas na formação, a vocalista e a baterista, os paulistanos do Korzus e do Andralls, a sergipana Berzerkers e a paraibana Nephastus – esta foi uma das pioneiras do estilo por estas bandas e está, infelizmente, fora de atividade já há algum tempo.

The Baggios comparece com uma versão acústica gravada nos estúdios da Aperipê e a Crove, banda pos-punk sergipana fundada ainda nos anos 80, na mesma época da Karne Krua, com uma gravação recente de um aguardadíssimo primeiro disco que, reza a lenda, será lançado ainda este ano.

Depois do rock and roll classudo do Eagles of Death metal, na qual Josh Homme do Queens of Stone Age toca bateria, do canadense Danko Jones e do pernambucano Diablo Motor, um clássico de Raul Seixas para lembrar que o excelente documentário “O início, o fim e o meio” segue em cartas no cinema em Aracaju.

Foi isso. Semana que vem tem mais.

Sempre.

A.

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"Hoje em dia, o punk rock é mais negócio do que algo feito com o coração", diz Dave Vanian, vocalista do The Damned

Músico fala sobre a perda do sentido ideológico do movimento e o show que a banda realiza em São Paulo na próxima quinta, 12

por Bruno Raphael, para a Rolling Stone Brasil

12 de Abril de 2012 às 10:02
 
Considerada como uma das bandas precursoras do punk rock, o The Damned vem ao Brasil pela primeira vez para um show único no Clash Club, em São Paulo, na próxima quinta, 12. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o vocalista Dave Vanian falou bastante sobre suas expectativas para o futuro com a banda, surgida em meados dos anos 70 e contemporânea de nomes como Sex Pistols, Television e Richard Hell & The Voidoids, entre outros. O primeiro disco da banda, Damned Damned Damned, contém canções como "New Rose" e "Neat Neat Neat", clássicos da época.

"Eu nunca sei o que iremos tocar", conta Vanian sobre o possível setlist da banda em São Paulo. "Varia de noite pra noite, mas tem sido divertido porque já faz 35 anos que a banda foi formada e na última turnê nós tocamos nosso primeiro disco na íntegra, por exemplo. É difícil saber o que vocês querem, mas acho que será melhor tocar coisas antigas. O único contato que tivemos [com brasileiros] recentemente foi no natal do ano passado, quando duas pessoas vieram e me disseram: 'como vocês ainda não vieram pra cá?' [risos].”

Fugindo à regra do estereótipo dado a músicos de punk rock, Vanian se revela um aficionado por gêneros diferentes de música, como tango e bossa nova, além de ser um fã de filmes antigos, especificamente os das décadas de 40 e 50. "Eu adoro tango! Meu sonho é ir para a Argentina e ver como é. Obviamente, minha visão sobre lá deve ser totalmente errada, como algo antes da Guerra [das Malvinas], sabe? [risos]", brinca o músico. "Eu costumava ouvir coisas do começo do século 20. Sempre tive uma grande coleção de música instrumental, trilhas sonoras de filmes antigos...o que soa estranho, se você considerar que eu sou o vocalista."

O estilo "estranho" de Vanian inspirou gerações e fez história, deve-se levar em conta. Do visual de Johnny Depp em Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, com a clássica mecha branca dos cabelos esvoaçados do Vanian dos anos 80, aos grupos góticos como Bauhaus e The Cure, que viriam posteriormente, o Damned é considerado pioneiro em investir no aspecto visual e musical mais obscuro de sua arte. Uma inspiração que, segundo ele, sempre soou natural para alguém que queria ser um ator, antes de ser um cantor. "É natural, sim. Apesar de eu mudar, é apenas um personagem que eu sou na turnê. O Damned sempre foi uma banda excêntrica quando junta, mas sempre fomos muito diferentes uns dos outros. As influências que tivemos ao longo dos anos ficaram muito distintas. Acho que é por isso que cada álbum era tão diferente e íamos em tantas direções."

Vanian é muito crítico quando fala do punk rock atual, se é que se pode considerar o punk um gênero. "Quando você diz punk, é estranho", reflete. "Quando começamos, antes do termo surgir, as bandas eram muito diferentes umas das outras. Quilômetros de distância na época de Richard hell, Tom Verlaine...mesmo nós e os Sex Pistols éramos muito diferentes. As bandas foram marginalizadas ao longo dos anos. Não sei, para mim 'isso' de hoje em dia é pop. Sinto falta de uma experimentação. Parece que é tudo dentro de uma caixa e nunca sai fora daquilo. Parece uma desculpa pra você se vestir de um jeito quando ouve aquelas músicas. Eu acho que o punk era uma liberdade de expressão e a única coisa que unia as bandas antigas era a energia que as envolvia, e hoje em dia é negócio, mais do que algo feito com o coração. Sei lá, Green Day? Boa banda, boas músicas...mas é muito diferente do que eu considerava punk rock."

"Eu sentia que, nos primórdios, as bandas originais de punk rock foram os Shadows e os Sonics, coisas de garagem mesmo", prossegue. "Eles certamente foram para algo que mudaria a história. Mas eu acho que as bandas de hoje em dia são muito seguras e produzidas demais. Não me empolga, prefiro ouvir as coisas antigas mesmo."

Falando com nostalgia, pergunto se ele sente falta dos anos 70, época que surgiram a maioria dos grandes nomes do gênero. "Eu gostaria de ter aproveitado mais, porque foi tão rápido", desabafa. "Tudo que fizemos foi ir para o estúdio e já tínhamos feito um disco. Era uma época diferente, mas não sei se sinto falta. Eu acho que sinto falta dos anos 60, na verdade! [risos] O Damned seria uma banda melhor nessa época. Nos adequávamos melhor naquela época de tantas formas."

Já sobre seu futuro, Vanian se diz incerto. A bem da verdade, fazer canções novas no momento é a última coisa que lhe interessa. "Fazer a música que queremos, mesmo que as pessoas gostem ou não", diz. "Acho que sempre tivemos noção de algumas arestas, mas nunca deixamos o cachorro correr por ai como poderíamos. Acho que é hora de variar um pouco e ver onde isso vai nos levar! [risos]"

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The Damned - Feel the pain
The Clash - White Riot (US version)
Ramones - I Believe in miracles

Autopse - rancor
Korzus - Respect
Andralls - Fear is my ally
Berzerkers - Berzerkers
Nephastus - The sun ... (doesn´t shine to everyone)

The Baggios - (...) (Acústico aperipê )
Crove - A dança do forró

Eagles of Death Metal - Cherry cola
Danko Jones - Way to my heart
Diablo Motor - Cafa Song

Raul Seixas - Ouro de tolo (carrão 73)

por Chorão 3:

The Chemical Brothers
The Crystal Method
Bjork & Carcass
Gangrena Gasosa
Periferia S/A
Facção Central
Galinha preta
Napalm Death
Matanza
DFC
RDP
DRI

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